1.9.07

Devaneios sobre a rotina...



Segunda-feira estarei voltando para o batente.... Acabou a mamata!
Um novo projeto de trabalho dá sempre uma renovada no astral e na vida. Acho que não me acostumo mais com as atividades rotineiras, parece que o meu negócio é mesmo trilhar o inicio, meio e fim das coisas.

Uma vez, ouvi alguém dizer que a pior coisa do mundo é ficar batendo carimbo a vida toda. Nada contra os carimbadores de papéis, e sim, uma maneira meio torta de dizer que não é legal permanecer numa mesma atividade o tempo todo porque faz a gente perder o estímulo. Penso que podemos sim atuar numa mesma área, mas, começar um novo projeto sempre.

Antigamente, quando eu não tinha carro, pegava todos os ônibus da linha que me levava ao trabalho, só para não ir pelo mesmo caminho todos os dias. E comecei a fazer isso, porque comecei a perceber que, muitas vezes, não sabia por onde tinha passado ou se já tinha passado em determinado lugar ou não. Depois, quando comprei carro, comecei a dirigir por caminhos diferenciados. Quando acordava mais cedo e por isso, tinha mais tempo para chegar ao trabalho, ia pelo parque da cidade. Outras vezes ia pela via w4 e, em outras, ia pelo eixo monumental. Nem me ligava nessa coisa de ficar contando quilometragem ou pensando na quantidade de combustível que gastava a mais ou a menos.

Essa minha ‘mania’ é meio contraditória, porque para outras coisas não consigo promover mudanças. Por exemplo, vou a mesma farmácia, a mesma banca de revistas, ao mesmo salão de beleza, deixo o Théo (meu cachorro) para o banho no mesmo petshop e abasteço o carro no mesmo posto de gasolina já fazem alguns anos. Não consigo variar essas práticas costumeiras e isso é uma coisa meio que de bairro, sei lá. Moro no mesmo lugar há mais de 30 anos e parece que cruzar com as pessoas pela rua, estacionar o carro e poder acenar para alguém, além de chegar nos lugares e saber o nome das pessoas faz com que eu me sinta mais segura e à vontade.

É confuso isso! Lembro-me que na terapia discuti algumas vezes o fato de não conseguir me prender a relacionamentos. Os meus romances também não são duradouros e não consigo ser a namorada toda certinha que visualizo nas demais garotas. Não agüento muito ‘grude’, essa falta de ar que alguns relacionamentos causam nas pessoas, a falta de individualidade e não conseguir ficar só por algumas horas são coisas que tenho medo de perder.

Acredito que todo mundo tem o seu par, mas, tá difícil de encontrar o meu. O dar e receber necessário para se manter um bom relacionamento, é pra mim não muito bem definida interiormente e assim, vou pulando de história em história, vivendo aventuras e emoções que nada se assemelham com a razão. E o tempo tá passando... Sou muito adrenalina.

Certa vez, li um texto que dizia o seguinte: “O matrimônio deteriora-se quando não se renova, quando se permite que entre nos trilhos da rotina. Há uma rotina indispensável e benéfica que nos permite cumprir com regularidade, constância e pontualidade os nossos deveres espirituais, familiares e profissionais. Esta rotina constrói uma estrutura de vida sólida, cria um comportamento homogêneo que nos ajuda a libertar-nos da espontaneidade meramente anárquica, dos caprichos emocionais dissolventes e perniciosos. Mas existe uma outra rotina, a rotina mortífera, que deve ser afastada como a peste. É uma rotina que, pouco a pouco, como uma sanguessuga, vai dessangrando o convívio conjugal. Todos os dias um pouco. Imperceptivelmente, endurece-nos, converte os nossos atos em algo mecânico, torna-nos autômatos, robôs sem vida, extingue o calor e a alegria de viver e de amar. Esta rotina provoca um desgaste progressivo na vida familiar, uma perda de energias, uma espécie de anemia vital que torna a existência cinzenta, anódina, incolor. Lembro-me daquela música dos anos 60 cantada por Ronnie Von: "A mesma praça, os mesmos bancos, as mesmas flores, o mesmo jardim, tudo é igual, assim tão triste..." Alguns poderiam queixar-se, de forma semelhante: "A mesma esposa, a mesma família, o mesmo trabalho, a mesma paisagem, a mesma "droga de sempre"... É tudo tão triste e cansativo..."

Daí comecei a pensar... é muito complicado! Mas, profissionalmente, estou certa de que gosto mesmo de iniciar o novo e terminá-lo para sentir o gosto de término proveitoso... Sei lá! parece estranho.

Vou dormir.... daqui a pouco já é domingo e vou cumprir mais uma prática rotineira gostosa... Ir para a casa do meu irmão curtir as crianças na piscina.

Um comentário:

Unknown disse...

As fotos do morango, da família, a preto e branco são lindas. VocÊ tá arrasando nos post hein?!!! Será que foi a mudança que provocou isso. Mudar é bom, nos renova e nos abre janelas para outras experiÊncias. Bom domingo!!!