27.2.08

OBSESSÃO DO MAR OCEANO


Vou andando feliz pelas ruas sem nome...
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
Meu amor eu nem sei como se chama,
Nem sei se é muito longe o Mar Oceano...
Mas há vasos cobertos de conchinhas
Sobre as mesas... e moças na janelas
Com brincos e pulseiras de coral...
Búzios calçando portas... caravelas
Sonhando imóveis sobre velhos pianos...
Nisto,
Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous,
E eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
De su'alma perdida e vaga na neblina...
Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
Se eu morresse amanhã, só deixaria, só,
Uma caixa de música
Uma bússola
Um mapa figurado
Uns poemas cheios de beleza única
De estarem inconclusos...
Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
E eu nem sei, eu nem sei como te chamas...
Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
Quando eu também já não tiver mais nome.

Mario Quintana - O Aprendiz de Feiticeiro

17.2.08

Família


Belém-PA, 17 de fevereiro de 2008.

Hoje, comemoramos os 89 anos de vida de nossa avó Elza... Entre filhos, netos, bisnetos e tataranetos somavam-se alegria, carisma, amor e até saudade. Saudades daqueles que, fisicamente, não estão mais entre nós. Saudade pela partida, saudade da própria vida.

Aliás não é todo dia que estamos juntos e o retorno para casa não é um desejo, mas, uma necessidade que deixa marcas e nos fragiliza.

Todos os momentos vividos juntos até aqui, para mim, foi como um longínquo filme sem fim. O resgate de sorrisos e lembranças que se petrificam, o pontuar de imagens e vozes que se guardam para sempre no coração da gente.

Sinceramente, os dois dias de comemoração me fez sentir saudades de meu irmão e refletir quantas poucas vezes ele pode estar ao nosso lado para essas comemorações em família. De maneira expressiva e forte, o seu sorriso se transpunha diante de meus olhos em todos os momentos.

Agradeço a Deus por viver a intensidade desse encontro. Peço, humildemente, que minha avó tenha saúde e viva mais longos anos para que estejamos juntos mais vezes...

Amanhã é preciso voltar... Encontrar o real e recomeçar!