25.11.07

Entendimento



Já faz algum tempo que não escrevo no meu blog. Na verdade, estou vivendo uma fase um tanto inexplicável, uma fase onde sentimentos se misturam e onde me sinto um tanto solta, como quem anda em cima do muro sem perspectivas laterais que me sustentem. Tudo que tenho feito é confuso até para a minha própria compreensão e pensar sobre algumas coisas me cansa. Por isso, prefiro seguir o caminho dos dias. Sem questionar a mim mesma. Vivo como quem vive uma etapa queimada, desconhecida, não sei o que quero agora, mas sei o que não quero. Sei lá se sei mesmo... é estranho pensar sobre tudo.

Tenho conhecido pessoas e tenho entendido um pouco menos sobre elas. Não sei o que espero encontrar. Sei apenas que tenho buscado mudar o meu retorcido jeito de ser. Tenho engolido palavras, controlado os impulsos, segurado a imaginação traiçoeira. Algumas vezes, sinto-me fora de mim mesma e em outras vejo que tenho evoluído de uma maneira não muito feliz, porém, necessária.

Para onde vou e de onde vou sair, eu não sei. Apenas sei que estou indo. E que ninguém ouse me perguntar como e com quem.

8.11.07

Mário Quintana, só ele!

O despertador é um acidente de tráfego de sono.
O destino é apenas o acaso com mania de grandeza.
O grande consolo das velhas anedotas são os recém-nascidos.
O homem não morre quando deixa de viver, mas sim, quando deixa de amar
O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família.
O mais triste das dedicatórias são as datas.
O passado não reconhece seu lugar: está sempre presente.
O poeta canta a si mesmo porque de si mesmo é diverso.
O ruim dos filmes de Far West é que os tiroteios acordam a gente no melhor do sono.
O silêncio é um espião.
O tempo é um ponto de vista. Velho é quem é um dia mais velho que a gente...
O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
O verdadeiro analfabeto é aquele que aprende a ler e não lê.
Os aviões abatidos. São cruzes caindo do céu.
Os que fazem amor à noite não estão apenas fazendo amor: estão dando corda no relógio do mundo.
Os rios são tristes porque não podem parar.
Para os peixinhos do aquário quem troca a água é Deus.
Pobre se engasga com cuspe.
Quem bebe por desgosto é tolo. Só se deve beber por gosto.
Quiseste expor teu coração a nu. / E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio. / Ah, pobre amigo, nunca saibas tu / Como é ridículo o amor... alheio!
Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde, tudo muda de dono.
Se alguém lhe perguntar o que quis dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo...
Se as coisas são inatingíveis ora, / Não é motivo para não querê-las / Que tristes os caminhos se não fora / A mágica presença das estrelas!
Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.
Se um poeta consegue expressar a sua infelicidade com toda a felicidade, como é que poderá ser infeliz?
Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...
Só se deve beber por gosto: beber por desgosto é uma cretinice.
Sonhar é acordar-se para dentro.
Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar. / Só o que está perdido é nosso para sempre. / Nós só amamos os amigos mortos / E só as amadas mortas amam eternamente...
Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo...
Tão bom viver dia a dia... A vida, assim, jamais cansa.
Todos esses que aí estão atravancando meu caminho. Eles passarão... eu passarinho!
Três amores... Quem me deu / Tão estranha sorte assim? / Três amores, tenho-os eu / E nenhum me tem a mim!
Tudo o que acontece é natural inclusive o sobrenatural.
Um dia de chuva é bom para a gente comprar livro de poemas... Quem lhe perguntar por quê, de nada lhe adiantará comprar um livro de poemas.
Uma das mais deliciosas manifestações de amor é a falta de respeito.
Uma vida não basta ser vivida, precisa ser sonhada.
Vale a pena viver nem que seja para dizer que não vale a pena...