5.9.06

VOTAR NULO, EU NÃO!

Eu estava conversando com um amigo hoje e ele me disse que vai votar nulo, pois essa é a forma que encontrou para protestar contra a corrupção, os maus salários, a pouca educação, saúde, etc...

Enfim, protestar contra o caos no qual vive o Brasil.

Respeito a opinião de cada um, mas acredito que votar nulo é jogar fora os anos de luta pelo fim da ditadura militar, do sofrimento daqueles que estiveram exilados sem direito à pátria, além de renegar ao meu direito de cidadã, de mulher, de exercer o voto para tentar mudar alguma coisa no país em que vivo.

Sei que tudo isso parece discurso pronto! Mas, se ao contrário, viro as costas e faço o papel do ‘amigo ostra’ sem buscar alternativas e chamo isso de protesto, o que sou afinal?

Parto da premissa de que preciso analisar e avaliar minha própria organização individual. Como está minha vida em conjunto com aqueles que me rodeiam?
Eu sei o que é sentir fome?
Eu sei o que é sentir sede?
Eu sei o que é andar a pé para ir até a uma escola?
Eu sei o que é ‘não ter e ter que ter pra dar’?

Não, eu definitivamente, não sei!

Então, como posso votar nulo e tirar o direito daqueles que conseguiram, há muito pouco tempo, ter alimento, água, escola e ter, mesmo que pouco, para dar aos seus filhos.

Por Frei Betto,
Por Josué de Castro,
Por Betinho,
Por Henfil, por tantos outros...

Mas, principalmente, por todas as crianças negras, índias, brancas, amarelas e por todas as pessoas com dignidade...

VOTAR NULO, EU NÃO!

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