Florbela Espanca
Minha alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo meu amor a ler
O misterioso livro do teu ser,
A mesma história tantas vezes lida
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
"Quando me dizem isso toda a graça
Tua boca divina fala em mim
E olhos postos em ti, digo de rastros:
"Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como um deus, princípio e fim."
Algumas loucuras na vida são para sempre...
Um comentário:
Erlen,
Lindo esse poema deFlorbela Espanca...Ela era tão visceral,passional....Pena ter dado cabo da própria vida quando era tão moça ainda.O mundo não perdeu as poesias que iriam advir somente,mas uma alma cheia de sensibilidade que clamava vida em todas as extensões.
Um beijo,
Davi
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