9.9.06

Fanatismo



Florbela Espanca

Minha alma de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver

Não és sequer a razão do meu viver

Pois que tu és já toda minha vida

Não vejo nada assim, enlouquecida,

Passo no mundo meu amor a ler

O misterioso livro do teu ser,

A mesma história tantas vezes lida

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...

"Quando me dizem isso toda a graça

Tua boca divina fala em mim

E olhos postos em ti, digo de rastros:

"Podem voar mundos, morrer astros

Que tu és como um deus, princípio e fim."

Algumas loucuras na vida são para sempre...

Um comentário:

Anônimo disse...

Erlen,


Lindo esse poema deFlorbela Espanca...Ela era tão visceral,passional....Pena ter dado cabo da própria vida quando era tão moça ainda.O mundo não perdeu as poesias que iriam advir somente,mas uma alma cheia de sensibilidade que clamava vida em todas as extensões.

Um beijo,


Davi