Quando uma estrela cai, na ercuridão da noite,
e um violeiro toca suas mágoas.
Então os olhos dos bichos, vão ficando iluminados
Rebrilham neles estrelas de um sertão enluarado.
Quando o amor termina, perdido numa es quina,
e um violeiro toca sua sina.
Então os olhos dos bichos, vão ficando entristecidos
Rebrilham neles lembranças dos amores esquecidos.
Quando um amor começa, nossa alegria chama,
e um violeiro toca em nossa cama.
Então os olhos dos bichos, são os olhos de quem ama
Pois a natureza é isso, sem medo nem dó sem drama
Tudo é sertão, tudo é paix ão, se o violeiro toca
A viola, o violeiro e o amor se tocam.
Dias de cansaço, mas de muito aprendizado...
III Conferência Nacional do Meio Ambiente
11.5.08
E um violeiro toca...
Postado por Erlen Matta às domingo, maio 11, 2008 0 comentários
27.2.08
OBSESSÃO DO MAR OCEANO
Vou andando feliz pelas ruas sem nome...
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
Meu amor eu nem sei como se chama,
Nem sei se é muito longe o Mar Oceano...
Mas há vasos cobertos de conchinhas
Sobre as mesas... e moças na janelas
Com brincos e pulseiras de coral...
Búzios calçando portas... caravelas
Sonhando imóveis sobre velhos pianos...
Nisto,
Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous,
E eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
De su'alma perdida e vaga na neblina...
Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
Se eu morresse amanhã, só deixaria, só,
Uma caixa de música
Uma bússola
Um mapa figurado
Uns poemas cheios de beleza única
De estarem inconclusos...
Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
E eu nem sei, eu nem sei como te chamas...
Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
Quando eu também já não tiver mais nome.
Mario Quintana - O Aprendiz de Feiticeiro
Postado por Erlen Matta às quarta-feira, fevereiro 27, 2008 0 comentários
17.2.08
Família
Belém-PA, 17 de fevereiro de 2008.
Hoje, comemoramos os 89 anos de vida de nossa avó Elza... Entre filhos, netos, bisnetos e tataranetos somavam-se alegria, carisma, amor e até saudade. Saudades daqueles que, fisicamente, não estão mais entre nós. Saudade pela partida, saudade da própria vida.
Aliás não é todo dia que estamos juntos e o retorno para casa não é um desejo, mas, uma necessidade que deixa marcas e nos fragiliza.
Todos os momentos vividos juntos até aqui, para mim, foi como um longínquo filme sem fim. O resgate de sorrisos e lembranças que se petrificam, o pontuar de imagens e vozes que se guardam para sempre no coração da gente.
Sinceramente, os dois dias de comemoração me fez sentir saudades de meu irmão e refletir quantas poucas vezes ele pode estar ao nosso lado para essas comemorações em família. De maneira expressiva e forte, o seu sorriso se transpunha diante de meus olhos em todos os momentos.
Agradeço a Deus por viver a intensidade desse encontro. Peço, humildemente, que minha avó tenha saúde e viva mais longos anos para que estejamos juntos mais vezes...
Amanhã é preciso voltar... Encontrar o real e recomeçar!
Postado por Erlen Matta às domingo, fevereiro 17, 2008 0 comentários
4.1.08
Para recordar...
De tanto amor a ti queimei navios
e tantos queimaria por te amar
por ti enchi-me inteiro de vazios
em ti fui aprendendo meu lugar
às vozes que tentavam dissuadir-me
dizendo que eu botasse os pés no chão
a elas respondia com voz firme:
cravei minhas raízes na ilusão
e assim, por tantos erros fui seguindo
tentando-me ser homem, mas menino
se assim por tantos erros fui notado
e deles trago o corpo tatuado
refaço-me da angústia que me adia
refaço-me a mim, em ti, poesia!
Nelson Carvalho
Postado por Erlen Matta às sexta-feira, janeiro 04, 2008 1 comentários
Roda viva
Tem dias que a gente se sente,
Como quem partiu ou morreu,
A gente estancou de repente,
Ou foi o mundo então que cresceu.
A gente quer ter voz ativa,
No nosso destino mandar,
Mas eis que chega a roda viva,
E carrega o destino pra lá.
Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.
A gente vai contra a corrente,
Até não poder resistir,
Na volta do barco é que sente,
O quanto deixou de cumprir,
Faz tempo que a gente cultiva,
A mais linda roseira que há,
Mas eis que chega a roda viva,
E carrega a roseira pra lá.
Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.
A roda da saia, a mulata,
Não quer mais rodar, não senhor,
Não posso fazer serenata,
A roda de samba acabou,
A gente toma a iniciativa,
Viola na rua, a cantar,
Mas eis que chega a roda viva,
E carrega a viola pra lá.
Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.
O samba, a viola, a roseira,
Um dia a fogueira queimou,
Foi tudo ilusão passageira,
Que a brisa primeira levou,
No peito a saudade cativa,
Faz força pro tempo parar,
Mas eis que chega a roda viva,
E carrega a saudade pra lá....á á á á
Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.
Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.
Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.
Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.
Música: Roda Viva
Autoria: Chico Buarque de Hollanda
Postado por Erlen Matta às sexta-feira, janeiro 04, 2008 0 comentários
1.1.08
Enfim, 2007 acabou e todos os clichês de sempre são repetidos:
- Ano novo, vida nova!
- Emagrecer já!
- Fazer a tão sonhada pós-graduação!
- Rediscutir a relação!
- Pé direito no trabalho e na vida!
- Dedicação e empenho nos estudos!
Até mesmo repetir tudo o que estou escrevendo, não passa de mero clichê. Não dá para esquecer o passado e é impossível seguir adiante sem ele, mas, pode-se tentar não estar tão apegado e recomeçar...
Todo dia é novo para recomeçar e não precisa ser 1º de janeiro de qualquer ano, na estação do verão e sim ter a decisão e a coragem de recomeçar, refazer, reconquistar ou quem sabe mesmo iniciar tudo aquilo que não tivemos oportunidade ou iniciativa para começar.
Maravilha mesmo é levantar da cama, correr para o salão de beleza, fazer as unhas, mudar, radicalmente, o cabelo, vestir um belo traje e sair para dançar... Finalmente, ser a rainha que deseja, sem ser preciso que algum príncipe te diga isso. Saúde, paz e harmonia interior... Amar-se por si só, mas, amar as pessoas e compreendê-las pode fazer muito bem!
Feliz 2008... Seja a rainha!
Postado por Erlen Matta às terça-feira, janeiro 01, 2008 0 comentários
7.12.07
Cotidiano
Acordo. É mais um dia de trabalho. Pulo da cama e piso o chão com o pé direito. Faço o sinal da cruz, aprendi desde cedo. Pego a roupa, vou com ela pro banheiro, pra ganhar tempo. Escovo os dentes com pressa. É, tem que fazer barba todo santo dia! O banho em dez minutos. Enxugo-me dentro do box, pra não molhar o banheiro.
Visto a roupa voando. Nem termino o café, já chamo o elevador e lá estou eu na cara da vida, a encarar o trânsito e essa vidinha mais ou menos. O sinal tá fechado, o tráfego devagar. Tartarugas ao volante, atraso constante. Lá vem o "guardador" (não guarda nada). É o dono da rua. "Vamo lavar o carro, dotô?", ele diz, mesmo vendo seu carro limpinho. "Posso vigiar?" Sem opção, você não é nem besta de dizer não.
Leio em toda parte: "Sorria, você está sendo filmado". Não sei se faço pose, se dou um sorrisinho amarelo, se mando beijinho pra câmera ou se faço careta. Meu sorriso custa caro, pago manutenção de aparelho. E quer saber de uma? Vai filmar outro! Filmam você sem autorização e, pra evitar que você vá à Justiça, inventaram esse aviso, que deveria ser "Você está sendo vigiado".
Depois dessa maratona, chego ao trabalho. Corro pro primeiro computador que vejo, para dar entrada no ponto. "Sorria, você está no ponto". O telefone toca aqui, ali, acolá; os colegas falam; as impressoras sussurram; os teclados trotam. Troc-troc-troc.... Um colega vem: "Alguém tem grampeador?". Vixe! Nenhum grampeador tem grampo! "Alguém aí tem um grampeador com grampo?".
Chega a hora do almoço, você vai comer pertinho do trabalho. E rápido, pois tem um monte de coisa pra fazer, mesmo que não tenha. E o almoço é sempre na base do vapt-vupt. Pressa pra voltar ao trabalho? Huumm! E dali a pouco tudo recomeça: colegas falando, telefone tocando, impressoras gemendo, teclando trotando... Troc-troc-troc...
A tarde vai caindo e chega a hora de você fechar o ponto e cair fora. Um colega diz "Tenho que ir, já tô atrasado prum compromisso". Outro fala a mesma coisa. E todo mundo segue apressado, tem que passar não-sei-onde, tem que pegar alguém em algum lugar, tem um compromisso aqui e ali.
Se ligar o som no carro voltando pra casa, de repente ouve uma música do Legião Urbana: "Todos os dias quando acordo/ Não tenho mais o tempo que passou/ Mas tenho muito tempo/ Temos todo tempo do mundo". Você ouve, você canta, você concorda com a letra. Mas vai dirigindo o carro (ou seria a vida?) como se não tivesse tempo a perder.
Embora, no fundo, tenha todo tempo do mundo, você vive dizendo que não tem tempo para nada. Enquanto isso, as estrelas lá em cima esperam seu olhar, o menino que faz acrobacia no semáforo quer que você o veja e a vida abre alas para você passar. Mas você vai perdendo tempo ao volante, atropelando a vida por não ter tempo a perder.
E a música tocando: "Somos tão jovens", "Temos todo tempo do mundo", "Temos nosso próprio tempo", "Temos nosso próprio tempo", "Temos nosso próprio tempo".
Marcelo Torres é jornalista, baiano, radicado em Brasília.
Amigo, ainda não sabia que era tão bom cronista! Adorei....
Postado por Erlen Matta às sexta-feira, dezembro 07, 2007 0 comentários
25.11.07
Entendimento
Já faz algum tempo que não escrevo no meu blog. Na verdade, estou vivendo uma fase um tanto inexplicável, uma fase onde sentimentos se misturam e onde me sinto um tanto solta, como quem anda em cima do muro sem perspectivas laterais que me sustentem. Tudo que tenho feito é confuso até para a minha própria compreensão e pensar sobre algumas coisas me cansa. Por isso, prefiro seguir o caminho dos dias. Sem questionar a mim mesma. Vivo como quem vive uma etapa queimada, desconhecida, não sei o que quero agora, mas sei o que não quero. Sei lá se sei mesmo... é estranho pensar sobre tudo.
Tenho conhecido pessoas e tenho entendido um pouco menos sobre elas. Não sei o que espero encontrar. Sei apenas que tenho buscado mudar o meu retorcido jeito de ser. Tenho engolido palavras, controlado os impulsos, segurado a imaginação traiçoeira. Algumas vezes, sinto-me fora de mim mesma e em outras vejo que tenho evoluído de uma maneira não muito feliz, porém, necessária.
Para onde vou e de onde vou sair, eu não sei. Apenas sei que estou indo. E que ninguém ouse me perguntar como e com quem.
Postado por Erlen Matta às domingo, novembro 25, 2007 0 comentários
Marcadores: vida
8.11.07
Mário Quintana, só ele!
O despertador é um acidente de tráfego de sono.
O destino é apenas o acaso com mania de grandeza.
O grande consolo das velhas anedotas são os recém-nascidos.
O homem não morre quando deixa de viver, mas sim, quando deixa de amar
O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família.
O mais triste das dedicatórias são as datas.
O passado não reconhece seu lugar: está sempre presente.
O poeta canta a si mesmo porque de si mesmo é diverso.
O ruim dos filmes de Far West é que os tiroteios acordam a gente no melhor do sono.
O silêncio é um espião.
O tempo é um ponto de vista. Velho é quem é um dia mais velho que a gente...
O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
O verdadeiro analfabeto é aquele que aprende a ler e não lê.
Os aviões abatidos. São cruzes caindo do céu.
Os que fazem amor à noite não estão apenas fazendo amor: estão dando corda no relógio do mundo.
Os rios são tristes porque não podem parar.
Para os peixinhos do aquário quem troca a água é Deus.
Pobre se engasga com cuspe.
Quem bebe por desgosto é tolo. Só se deve beber por gosto.
Quiseste expor teu coração a nu. / E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio. / Ah, pobre amigo, nunca saibas tu / Como é ridículo o amor... alheio!
Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde, tudo muda de dono.
Se alguém lhe perguntar o que quis dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo...
Se as coisas são inatingíveis ora, / Não é motivo para não querê-las / Que tristes os caminhos se não fora / A mágica presença das estrelas!
Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.
Se um poeta consegue expressar a sua infelicidade com toda a felicidade, como é que poderá ser infeliz?
Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...
Só se deve beber por gosto: beber por desgosto é uma cretinice.
Sonhar é acordar-se para dentro.
Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar. / Só o que está perdido é nosso para sempre. / Nós só amamos os amigos mortos / E só as amadas mortas amam eternamente...
Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo...
Tão bom viver dia a dia... A vida, assim, jamais cansa.
Todos esses que aí estão atravancando meu caminho. Eles passarão... eu passarinho!
Três amores... Quem me deu / Tão estranha sorte assim? / Três amores, tenho-os eu / E nenhum me tem a mim!
Tudo o que acontece é natural inclusive o sobrenatural.
Um dia de chuva é bom para a gente comprar livro de poemas... Quem lhe perguntar por quê, de nada lhe adiantará comprar um livro de poemas.
Uma das mais deliciosas manifestações de amor é a falta de respeito.
Uma vida não basta ser vivida, precisa ser sonhada.
Vale a pena viver nem que seja para dizer que não vale a pena...
Postado por Erlen Matta às quinta-feira, novembro 08, 2007 1 comentários
12.10.07
Ser Criança
"Ser criança é acreditar que tudo é possível.
É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco
É se tornar gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos
Ser criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles.
É conseguir perdoar muito mais fácil do que brigar.
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.
Ser criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser."
Todos precisamos ter um pouco de crianças... FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!
Postado por Erlen Matta às sexta-feira, outubro 12, 2007 2 comentários